sábado, 11 de fevereiro de 2012

Termina a greve de policiais militares e bombeiros na Bahia.

Categoria finaliza acordo com o governo estadual e retomará imediatamente às atividades.

Depois de 12 dias de paralisação, o comando de greve do grupo de policiais e bombeiros militares baianos, paralisados desde a noite do último dia 31 de janeiro, decidiu encerrar o movimento e retomar as atividades. A decisão foi tomada durante assembleia realizada na noite deste sábado (11), após assembleia no Sindicato dos Bancários, nos Aflitos, em Salvador.

Além da revogação dos processos administrativos de PMs que participaram da greve e da anulação das prisões dos líderes da greve, o Governo aceitou o pagamento imediato da GAP IV (Gratificação de Atividade de Policial) e o pagamento da GAP V para março de 2013.  

Com o acordo firmado, os policiais encerram a campanha salarial referente ao ano de 2012. Os policiais também terão reajuste de 6,5% retroativos à janeiro deste ano. Segundo os órgãos do governo estadual, nos últimos anos, a categoria teve ganho real - isto é, descontando a inflação- de mais de 30%. 

Em contrapartida, os militares abriram mão da revogação do decreto de prisão dos policiais e bombeiros envolvidos nas ações grevista. De acordo com a categoria, a via judicial será o caminho direto para tentar negociar a liberação dos PM's presos. Além disso, os policias militares garantiram que farão o policiamento ostensivo durante os dias de Carnaval. 

Na manhã da última quinta-feira (09), policiais ligados a ASPRA (Associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia) desocupou o prédio da Assembleia da Assembleia Legislativa do Estado (ALBA), no Centro Administrativo (CAB).

Desocupação da Assembleia: o começo do fim

Desde que os grevistas entraram no prédio logo após a assembleia do dia 31 de janeiro, o local se transformou no palco principal dos impasses e também dos conflitos. De acordo com a Secretária de Comunicação do Estado, cerca de 240 pessoas, entre membros da corporação e familiares, ocupavam o local e transformaram o Centro Administrativo em uma área militarizada. 

No começo da semana, mais de 1.400 militares do Exército, 200 PM's de companhias especiais, 50 homens da Força Nacional de Segurança e agentes da Polícia Federal fizeram um cordão de isolamento em toda a área e controlaram o fluxo de pessoas até o último de ocupaçaõ. Durante o período, houve momentos diversos de tensão entre os manifestantes, os apoiadores e as Força Armadas, que tinham como ordem a reintegração de posse do prédio.  Bombas de gás de efeito moral, cassetetes e spray de pimenta foram usados para manter a ordem. 

Com a divulgação de conversas em que o líder do movimento, Marco Prisco, foi flagrado conversando com um colega grevista e tratando de ações de intimidação como queima de viaturas e fechamento de rodovias, na noite de quarta-feira (08), o clima de tensão aumentou na Assembleia. Na madrugada, o advogado de Prisco informou que negociava a rendição e a saída do grupo, sem Prisco que foi detido dentro do prédio, se deu de forma tranquila. 

Mesmo com a visível perda de força do movimento, o grupo ligado a ASPRA decidiu manter a greve esperando também a adesão de outras associações, o que não ocorreu. Em diversas cidades do interior, a rotina de trabalho foi voltando ao normal. Na última conversa com o governo, os grevistas aceitaram a contra-proposta e encerram a paralisação. 

Avanço nas negociações
Desde o começo da última terça-feira (07), o governador Jaques Wagner deu sinais de que as negociações estariam avançando e que a greve poderia acabar a qualquer momento. Segundo ele, o diálogo se estendeu e o único impasse para o fim da greve era sobre a anista aos PMs acampados na ALBA. Sobre o pagamento de gratificações, um dos pedidos dos PMs, o governador admitiu a possibilidade de incorporar o benefício ao soldo dos policiais.

“Nós, ao longo de cinco anos, concedemos 30% de aumento real. E eu tenho limite na folha. As negociações são em torno desse valor, da chamada GAP 4, e eventualmente até da GAP 5, mas evidentemente isso terá que ser partilhado ao longo de 2013, 2014 e até 2015. Se for para pagar alguma coisa imediatamente agora, não há menor espaço, porque eu não tenho espaço fiscal para fazê-lo", afirmou mais cedo o governador.

Na quarta-feira, o líder dos grevistas Marco Prisco, presidente da Aspra e líder dos grevistas, disse em entrevista a emissoras locais de televisão que as negociações sobre o pagamento de gratificações de atividade policial V e IV (GAPs) podem ficar para depois, pois a prioridade é a anistia dos PMs.

"Tem uma pauta que tem que ser discutida primeiro, que é a questão da revogação das prisões. Sem a discussão dessa pauta, não há outra discussão. A pauta não é só a questão da GAP", disse.

Prisco chegou a defender os policiais, afirmando que não estariam envolvidos em atos de vandalismo cometidos na cidade desde o início da greve. “Apesar de nos acusarem, os atos de vandalismo não foram cometidos por mim nem por outros policiais. Não cometemos crime nenhum. A prova é que o crime aumentou três vezes depois que iniciamos a greve. E estamos todos aqui dentro (na Assembleia Legislativa)”, disse.

Dias de tensão
Assim que chegou de Cuba, o governador Jaques Wagner solicitou a presença do Exército Brasileiro e da Força Nacional para fazer a segurança das avenidas e bairros da capital baiana e também nas cidades do interior.

Durante todo o período em que estiveram paralisados, uma onda de saques, de violência e também de boatos impôs o temor e o pânico em diversas partes do estado. Ônibus foram queimados, estabelecimentos comerciais foram fechados, aulas suspensas, prejuízos nos bares e restaurantes foram contabilizados, dezenas de eventos cancelados, tiroteio, arrastões e um rastro de 10xx homicídios cometidos somente na capital baiana. 

No total, o efetivo de policias militares da Bahia é de cerca de 30 mil profissionais. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) somente 10% da categoria teria aderido à greve. Entretanto, para as diversas associações de policiais, este número teria sido muito maior. O sargento Agnaldo Pinto, presidente da Associação dos Praças da Polícia Militar da Bahia (APPM), chegou a afirmar que 90% teria cruzado os braços e, mesmo os que não participara da ocupação da Assembleia, ficaram recolhidos nos quartéis ou companhias.


Fonte:Correio da Bahia.com

‘Espero uma vida melhor’, diz preso que ganhou bolsa do ProUni em MG.

Roberto Pereira está preso há cerca de três anos na Grande BH.
Ele foi aprovado no Enem em novembro de 2011.

Roberto da Silva Pereira tem 28 anos foi preso duas vezes por assalto, tráfico e porte de arma, já fugiu de um presídio e está cumprindo pena em regime fechado na Penitenciária José Maria Alkimin, emRibeirão das Neves, na Grande BH, há cerca de três anos. Mas ele resolveu que era hora de mudar de vida e se destacou ao ganhar uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni) para cursar a faculdade de Ciências Econômicas. “Espero uma vida melhor. A prova não estava difícil. Muitas vezes o que atrapalha é a falta de atenção. Eu sempre gostei de estudar”, disse.

Roberto fez a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em novembro de 2011 e foi aprovado. Ele explica que muitos presos não voltam ou começam a estudar porque falta incentivo das penitenciárias. “Quero trabalhar na área da construção civil quando sair daqui. Eu sou um grande incentivador das pessoas aqui dentro. Quero que elas voltem a estudar também”, explicou o detento.

A pedagoga Karol Oliveira de Amorim Silva, de 30 anos, trabalha com os detentos na Penitenciária José Maria Alkimin. Segundo ela, quando eles são aprovados dá uma sensação de dever cumprido. “A maioria chega ao presídio no fim da pena e quer mudar de vida para sair. Nosso objetivo é traçar o caminho para ele voltar à sociedade. Muitos acabam se interessando pelos estudos”, afirmou.

De acordo com a pedagoga, a penitenciária tem 330 vagas para alunos do ensino médio e fundamental. Neste ano, as aulas começam na segunda-feira (13) e 80% das vagas já estão preenchidas. Outros quatro detentos de Minas Gerais também foram aprovados no Enem e conseguiram a bolsa do ProUni. Roberto vai ter aulas na unidade prisional, por meio de computadores e com acompanhamento da pedagoga, já que ele está em regime fechado.
Uma das salas de aula da Penitenciária José Maria Alkimin

Roberto deve passar para o regime semi-aberto no meio do ano. Ele informou que começou no crime por causa de uma dívida de R$ 5 mil de sua família. Agora, ele espera um futuro bem diferente para a família e para ele. “Hoje eu sei que só com o estudo para ter uma vida melhor”, explicou.

Educação
De acordo com a secretaria, cerca de 5,5 mil presos estudam em Minas Gerais, sendo que, destes, 17 estão matriculados em faculdades e universidades. Com isso, os detentos têm redução de pena. Segundo a Seds, a cada 12 horas de aulas, é reduzido um dia da pena.

Outro sete presos mineiros também passaram no Enem, mas não tiveram pontos suficientes para receberem uma bolsa do ProUni. As provas do Enem Prisional foram aplicadas nos dias 28 e 29 de novembro de 2011 dentro das próprias unidades.

No primeiro dia de prova foram avaliados os conteúdos de Ciências Humanas e Ciências da Natureza. No segundo dia, o conteúdo foi de Linguagens, Códigos, Matemática e Redação. As provas eram diferentes daquelas do Enem regular, mas apresentavam o mesmo nível de dificuldade, de acordo com a secretaria.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

David Salomão acusa Rede Globo de manipulação.

Vídeo

Depois da matéria veiculada no Jornal Nacional que denunciou o advogado da JUSPM David Salomão como articulador de uma ação de vandalismo na greve da PM. Ele concedeu uma entrevista ao site Núcleo de comunicação , onde revela, dentre outras coisas, a íntegra da conversa que foi editada pela Rede Globo.

Leia antes como foi exibida a fala de Salomão na edição do JN:

Prisco: Alô, oi. Desce toda a tropa pra cá meu amigo. Caesg e você. Desce todo mundo para Salvador, meu irmão… Tou lhe pedindo pelo Amor de Deus, desce todo mundo para cá…
– David Salomão: Agora?
– Prisco: Agora, agora. Embarque…
– David Salomão: Eu vou queimar viatura… Eu vou queimar duas carretas agora na Rio/Bahia que não vai dar tempo…
– Prisco: fecha a BR aí meu irmão. Fecha a BR.

Fonte:Blog Agravo.com

Temendo perdas, empresários pressionam governo baiano Bahia a ceder a grevistas


SALVADOR - A sete dias do início oficial do que é considerado o maior carnaval do mundo, empresários e lojistas de Salvador fazem forte pressão sobre o governo baiano para que ceda às reivindicações do movimento grevista e anistie os líderes da paralisação, apurou a reportagem do Estado.

Para os organizadores do Carnvaval, se a greve não terminar até a próxima sexta-feira, a logística dos circuitos dos trios elétricos, a montagem dos camarotes e a própria realização da festa serão comprometidos.

Parte dos comerciantes da cidade estudam entrar com ações isoladas em várias instâncias da Justiça contra o governo do Estado como forma de pressionar o governador Jaques Wagner (PT) a ceder.

Em reunião hoje pela manhã, membros do comitê organizador do Carnaval e dirigentes lojistas da cidade estimaram em R$ 400 milhões os prejuízos até agora. Centenas de reservas em hotéis já foram canceladas e lojas em vários pontos da cidade funcionam com portas semi-abertas.

Na noite de terça-feira, 7, dia em que tradicionalmente o Olodum se apresenta no Pelourinho, um dos principais destinos turísticos da cidade, o lugar ficou vazio. Com a apresentação cancelada, poucos homens do Exército, alguns estrangeiros e muitos usuários de droga circulavam pela região.

Lojas e restaurantes estavam fechados. O dono de uma barraca de bebidas lamentava a falta de movimento. 'Trabalho há 20 anos por aqui e nunca vi uma véspera de Carnaval tão vazia, mesmo que a greve acabe, teremos prejuízo para todo o ano', disse comerciante Élcio Alves de Souza.

Publicidade. Policiais Militares consideram um afronte comercial divulgado massivamente pelo governo baiano, em redes de rádio, televisão e na internet, anunciando que a corporação terá aumento de cerca de 38%, incorporando as gratificações e o aumento retroativo a janeiro de 6,5%. Os PMs acusam o governo de tentar jogar a população contra o movimento.

Insegurança. Por volta do meio-dia desta quarta-feira, 8, um homem foi esfaqueado na avenida Paralela, a principal de Salvador, que faz a ligação do centro com o aeroporto. Uma equipe do Samu socorreu a vítima e não há informações sobre seu estado de saúde.

Rumores de que a PM estava fechando a via causou princípio de tumulto na região. Comerciantes cerraram portas e houve correria.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Em nota, professores da Uneb chamam Wagner de truculento.


Em nota publicada no site do corpo de docentes da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), professores mostraram apoio aos grevistas e chamaram o governador Jaques Wagner de truculento. Ainda a favor dos policiais, o corpo docente fez questão de ressaltar a defesa na abertura de negociações para que a greve seja resolvida e que seja 'possível dobrar o governo Wagner e obrigá-lo a negociar uma solução que favoreça os trabalhadores'.

A greve dos policiais militares de Salvador (BA) enfrenta a truculência do governador da Bahia Jaques Wagner (PT). Nesta segunda-feira (6) o Exército, a Força Nacional, a Polícia Federal e as Companhias Independentes de Policiamento Especializado da Polícia Militar, acionados pelo governador, fizeram um cerco na Assembleia Legislativa, ocupada por grevistas desde o início da greve.
 
Esse batalhão foi convocado para desocupar o local e para cumprir a ordem de prisão contra os grevistas. Os soldados formaram um cordão de isolamento na  assembleia lançaram balas de borracha contra  familiares, crianças e mulheres que encontram-se em frente ao local em solidariedade à greve.
 
Pela manhã, alguns familiares tentaram entrar na assembleia para levar apoio aos policiais grevistas, como água, comida e medicamentos, mas foram reprimidos.
 
Os soldados da força nacional foram acionados pelo governador Wagner para conter a onda de assaltos e mortes na região. O governador tenta jogar nas costas dos trabalhadores grevistas a culpa do aumento da violência no estado, entretanto, à responsabilidade é do governador que não atende as reivindicações da categoria.  A resposta que o movimento grevista têm obtido para a solução do problema é a repressão e ordem de prisões contra  companheiros que estão somente fazendo valer seu direito de greve.
 
A paralisação dos policiais teve início na última terça-feira (31) após meses de tentativas de negociações. A categoria luta pela melhoria nas suas condições de trabalho e exigem a reintegração dos demitidos políticos que foram expulsos da PM depois da histórica greve de 2001, a incorporação de gratificações, o pagamento de um adicional de periculosidade, reajuste linear de 17,28% retroativo a abril de 2007 e a revisão no valor do auxílio alimentação.
 

Morre o cantor Wando.

Segundo médico particular, ele teve uma parada cardiorrespiratória.
Cantor estava internado desde 27 de janeiro.

O cantor Wando morreu aos 66 anos na manhã desta quarta-feira (8) no Biocor Instituto, em Nova Lima, onde estava internado desde o dia 27 de janeiro. A informação é do médico particular dele, João Carlos de Souza Dionísio. Segundo o médico, ele teve uma parada cardiorrespiratória às 8h desta quarta-feira (8).
Dionísio informou que foram feitas manobras de ressuscitação, mas o paciente não resistiu. Segundo boletim médico divulgado na terça-feira (7), ele apresentava quadro estável e apresentava melhora progressiva.
Biografia
Como letrista, Wando ficou célebre por composições de teor romântico e erótico. Sua marca registrada era a calcinha. Em depoimento disponível em seu site oficial, o próprio cantor conta como tudo teria começado, explicando que a peça foi uma espécie de fonte de inspiração para seu álbum “Tenda dos prazeres” (1990). “Uma calcinha de cabeça pra baixo, ela vira uma tenda, não é? Aí, coloquei uma calcinha na capa do disco, e essa coisa fez tanto sucesso, que até hoje eu não consigo tirar do show. Eu distribuo calcinhas e recebo, tenho uma coleção muito grande, de todas as formas, jeito, cores e tamanhos.”
No mesmo depoimento, Wando aborda outras estratégias que adotou ao longo da carreira: “Teve uma época [em] que eu mordia a maçã no palco, e continuo mordendo ainda, porque conta a história de como é que começou o pecado, não é?”. As alusões ao sexo prosseguiram, com distribuição de convites de motel – sempre durante apresentações ao vivo. “Teve uma época no Canecão [casa de shows do Rio de Janeiro, atualmente inativa] que a gente botou uma banheira no palco, eu botava uma mulher nua no palco. Eu sempre gostei desses negócios.”
Cantor Wando em apresentação. (Foto: AE)Cantor Wando em apresentação. (Foto: Arquivo/AE)
Vanderley Alves dos Reis nasceu em 2 de outubro de 1945 – “num arraial chamado Bom Jardim [em Minas Gerais]”. Lá, ficava a fazenda que teria pertencido aos seus avós. Seu registro, no entanto, foi feito na cidade de Cajuri, no mesmo estado. Ele conta que, ainda criança, mudou-se para Juiz de Fora (MG), onde concluiu o antigo primário. Mais tarde, ele foi para Volta Redonda (RJ), “onde eu entreguei leite nas casas, vendi jornal, virei feirante, dirigi caminhão na estrada”. Na mesma época, passou a se interessar por música, tendo inicialmente se dedicado ao estudo do “violão clássico”.
“E aí eu descobri que não era legal o violão clássico para o que eu queria: eu queria tocar pras moças, né?”, afirma. “O violão clássico é bacana, mas elas [as mulheres], acho que ficavam um pouquinho entediadas. Descobri que eu tinha que fazer umas canções de amor. Comecei a sentir que era legal, que a música socialmente com a parte feminina dava muito certo, me apaixonei por aquele negócio.”
Após deixar a profissão de feirante, Wando mudou-se para Congonhas (MG). Lá, começou a “viver de música”, como integrante de um conjunto chamado “Escaravelhos” – “escaravelho pra quem não sabe, é um besouro, a mesma coisa que Beatles”. Cinco anos mais tarde, decidiu tentar a sorte no “eixo Rio de Janeiro – São Paulo”. Frustrada a passagem pelo Rio, chegou a São Paulo, onde teve gravado seu primeiro sucesso, na voz de Jair Rodrigues. A composição, “O importante é ser fevereiro”, teria sido “uma música muito tocada no carnaval de 1974”, lembrou-se Wando.
A canção integra o disco de estreia de Wando, “Gloria a Deus e samba na Terra” (1973). De acordo com ele, aquele trabalho seguia a linha “do formato do Caetano Veloso, do Chico Buarque de Holanda, Gilberto Gil”. A guinada em direção ao repertório romântico foi simbolizada pela música “Moça”, do disco seguinte, “Wando” (1975). A justificativa: “Cantando na noite em São Paulo, eu descobri que a parte feminina adorava quando eu tocava música romântica.”
Ao longo da década seguinte, Wando consolidaria a reputação, como ele mesmo lista, de “obsceno, o cara da maçã, o cara da calcinha”. É desse período, quando o cantor já vivia no Rio de Janeiro, sua música mais conhecida, “Fogo e paixão”, do disco “O mundo romântico de Wando” (1988), o 14º da carreira, segundo a contagem do site oficial. Ele foi precedido por trabalhos como “Gosto de maçã” (1978), “Gazela” (1979), “Fantasia noturna” (1982), “Vulgar e comum é não morrer de amor” (1985) e “Ui – Wando paixão” (1986). Na sequência, viriam, dentre outros, “Obsceno” (1988), “Depois da cama” (1992) e “O ponto G da história” (1996).
Entre álbuns de estúdio e registros ao vivo, o site de Wando contabiliza 28 trabalhos, ao todo. O cantor acreditava ter vendido dez milhões de discos – “até na época que a gente contava”. “Depois [houve] a história da pirataria, que acabou me fazendo muito mais popular. Eu acho que a pirataria é ruim para um lado, para o lado compositor, mas para o lado intérprete, o cara que faz show, eu acho que ela favoreceu muito.”
Em entrevista à Agência Estado, em 2007, Wando comentou sua imagem de “sedutor”: “Na verdade, eu sou como um ator. Até porque eu estaria morto hoje se fosse mesmo assim. Isso é um personagem, naturalmente. É normal que as pessoas pensem que eu sou desse jeito, mas não deixo que as pessoas alimentem muito essa imagem”. Sobre a fama de brega, ele respondeu que incomodou e seguia incomodando. “Quando as pessoas falam de brega, sempre se referem a uma coisa ruim. Então eu brigo por isso. Agora, eles até quiseram colocar o brega como uma coisa bacana, mas eu acho que é uma forma de pedir desculpa, e isso é mau. Se for ver, você tem que chamar o Chico Buarque de brega, a Maria Bethânia, o Caetano Veloso, o Gilberto Gil. Eles gravaram as músicas que a gente grava. Eles gravam melhor? Não. Isso foi uma coisa cruel que eles fizeram.”
Na entrevista, Wando também comentava a música “Emoções”, gravada em 1978, que ele dizia versar sobre a relação entre dois homens: “Fiz isso porque acho que o relacionamento masculino é uma coisa válida. Não por ter aderido, mas porque eu tenho amigos que vivem esse tipo de coisa”.
Recentemente, o nome de Wando vinha sendo lembrado graças ao documentário “Vou rifar meu coração”, de Ana Rieper, que vem frequentando o circuito dos principais festivais de cinema do país desde alguns meses atrás. Há pouco tempo, teve boa recepção na Mostra de Cinema de Tiradentes, encerrada no último dia 28. O filme trata justamente da música tida como “brega” e traz depoimentos de cantores como Amado Batista, Nelson Ned, Agnaldo Timóteo, Peninha, além de Wando e de ouvintes que contam suas histórias com obras do “gênero”.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

'Ô, ô, ô, o carnaval acabou', cantam grevistas e manifestantes na Bahia.

Segurança foi reforçada em torno da Assembleia após 'exaltação' de PMs.
Eles cantam músicas da categoria e reafirmam continuidade da greve.
Um terceiro cordão de isolamento constituído por soldados foi formado no início da noite desta terça-feira (7), em frente a Assembleia Legislativa da Bahia, após os grevistas, que estão dentro da AL, e manifestantes, que permanecem do lado de fora, se aproximarem do policiamento.

Após o anúncio de que a reunião realizada no período da tarde não teria determinado um acordo entre o governo e a categoria, PMs e pessoas que apoiam o movimento cantavam "Ô, ô, ô, o carnaval acabou", em referência à festa que acontece na próxima semana, ou ainda "Ô, ô, ô, ô, a PM parou"’, reafirmando a continuidade da greve que já está em seu oitavo dia.

O governador do estado da Bahia, Jaques Wagner, disse nesta terça-feira que garante a continuidade do carnaval, que já está com o planejamento pronto, e que a partir da próxima semana, dia 14, 20 mil policiais serão mobilizados para o evento.

Reunião
Após quase sete horas de tentativa de negociação entre sindicatos de PMs em greve e representantes do governo da Bahia, terminou sem avanços a reunião realizada na tarde desta terça-feira, em Salvador. A informação foi confirmada pelo presidente da OAB da Bahia, Saul Quadros, e pela Secretaria de Comunicação do Estado (Secom).

"As negociações foram interrompidas depois de 24h [desde o início na segunda-feira], não chegamos a evoluir. A mesma proposta apresentada agora foi a do início da manhã. Lamentavelmente não chegamos a uma negociação", disse Quadros.

Segundo a Secom, durante o encontro os representantes dos PMs fizeram contrapropostas ao governo, e elas serão levadas ainda nesta terça-feira (7) para análise do governador Jaques Wagner.

Segundo o representante da OAB, o principal ponto de discórdia na negociação é a parte exclusivamente financeira, e disse que há avanços em relação aos outros pontos de revindicações. "Houve flexibilidade no que diz respeito à anistia para aqueles que participaram do movimento, não aqueles que agrediram a sociedade civil, que queimaram ônibus, aí o governo do estado não abre mão e também por parte da polícia militar também eles concordam com isso." As pessoas que participaram do evento, mas que não praticaram nenhum ato de vandalismo, não seriam punidas, "não haveria nem inquérito instaurado contra eles", disse.

Segundo ele, ficou acertado que as pessoas que forem detidas porque tiveram prisão decretada não iriam para presídios de segurança máxima e ficariam na Bahia, em presídios militares, até que a Justiça decidisse a respeito disso.

O encontro aconteceu na Residência Episcopal do arcebispo de Salvador e primaz do Brasil Dom Murilo Krieger, que participou efetivamente da tentativa de negociação. Desde a segunda-feira (6), Dom Murilo Krieger, atua na intermediação entre os interesses do governo e de entidades sindicalistas dos policiais militares grevistas.

A reunião foi formada pelo presidente da OAB da Bahia, Saul Quadros; o secretário da Casa Civil, Rui Costa; o secretário da Administração do Estado, Manoel Vitório; o comandante geral da PM, Cel. Alfredo Castro, Rui Moraes da Procuradoria Geral do Estado e os representantes das associações dos policiais: APPM, Associação da Força Invicta, Associações de Jequié e Itaberaba.

De acordo com a Arquidiocese, as entidades apresentam os pontos deliberados na primeira reunião a membros das bases e o objetivo agora é que esses representantes retornem com as impressões e avaliações dos sindicalistas. A Arquidiocese reitera que Dom Murilo se colocou à disposição tanto para o governo quanto para os sindicalistas.


Em relação à proposta que tem sido discutida nos encontros, o governo afirma que, na reunião de segunda, apresentou o cronograma para pagamento escalonado da Gratificação de Atividade Policial (GAP) IV e V.
Proposta do governo
O governador da Bahia, Jaques Wagner, afirmou na manhã desta terça, em entrevista ao Bom Dia Brasil, que asnegociações para o fim da greve dos policiais militares no estado avançam desde a tarde de segunda-feira, quando tropas do Exército e da Força Nacional cercaram a Assembleia Legislativa, em Salvador, onde os grevistas estão abrigados.

Wagner afirmou também estar disposto a conceder o pagamento da Gratificação de Atividade Policial (GAP) de nível 4, a principal exigência do movimento, mas diz não ter recursos para que o pagamento seja feito imediatamente.

A proposta levantada por ele é de que o valor da gratificação seja pago de forma diluída ao longo dos três próximos anos. Atualmente, os policiais recebem a gratificação de nível 3 e o salário do soldado varia entre R$ 1.900 e R$ 2.300.

“Nós, ao longo de cinco anos, concedemos 30% de aumento real. E eu tenho limite na folha. As negociações são em torno desse valor, da chamada GAP 4 e eventualmente até da GAP 5, mas evidentemente isso terá que ser partilhado ao longo de 2013, 2014 e até 2015. Se for para pagar alguma coisa imediatamente agora, não há menor espaço, porque eu não tenho espaço fiscal para fazê-lo", afirmou o governador.

Negociações
Segundo ele, as negociações para o fim da paralisação começaram às 16h30 de segunda e se estenderam até as 2h desta terça-feira. As conversas para o fim do movimento devem ser retomadas nesta manhã, a partir das 10h.

"Eu posso lhe garantir que uma negociação que começou às quatro e meia da tarde e se estendeu até as duas e meia da manhã, é um ótimo sinal. Quando as coisas não andam, as negociações se interrompem rapidamente", disse. "A extensão da reunião é um sinal de que estamos no caminho de encontrar uma saída negociada”, acrescentou.

O governador descartou conceder anistia aos grevistas que realizaram o que chamou de “atos criminosos”, mas minimizou os atritos com o que chamou de “profissionais da segurança pública”, procurando convocar os PMs a "garantir a segurança da população durante o Carnaval". "Anistia se concede em um regime de exceção e de guerra, e estamos em uma democracia.

Conceder anistia seria um salvo-conduto (para atos criminosos).", afirmou."O meu chamamento é aos profissionais da segurança pública, que não deixem a população a descoberto. A nossa missão é a missão de garantir a segurança pública e nós devemos fazê-lo mesmo em momentos em que a gente está pedindo maior salários. Eu insisto que o Carnaval está chegando, nosso interesse é que rapidamente se bata o martelo na mesa de negociação e eu tenho convicção de que isso vai acontecer", acrescentou Wagner.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Onde está a insegurança e a segurança no Brasil, por Leonardo Boff.

No Brasil não há crise de segurança para o sistema do capital, para as finanças, para os bancos, para os credores da dívida pública, para os poderosos que se cercam de seguranças privados.


Mas não há segurança para aqueles que são responsáveis pela segurança pública: os policiais militares. Pelo fato de não terem a segurança de um salário decente, de condições de trabalho adequadas e de trato digno por parte do poder público, se rebelam como aconteceu neste ano no Ceará e agora na Bahia. Com os humilhantes salários que recebem, pouco mais de dois mínimos, que segurança podem dar a suas famílias que tem que pagar aluguel, escola, transporte, luz, água e alimentação?
A responsabilidade maior pela insegurança pública que se instalou em razão da greve dos policiais militares, com assassinatos e depredações, deve ser tributada principalmente ao poder público, que não soube ouvir e dialogar de verdade e não retoricamente, antecipando-se aos fatos lamentáveis.
Que diálogo e negociação são possíveis e críveis quando se responde com a arma da violência, pondo militares contra militares? É uma estratégia da ignorância política e da prepotência, totalmente ineficaz porque agrava ainda mais o problema em vez de encaminhar uma solução. Por que não se aprova a PEC 300? Os governos federal e os estaduais se uniram para protelá-la e esvaziá-la.
Usem os 60 bilhões de reais, subtraídos do orçamento, para aumentar os salários deles, ao invés de dar segurança aos credores. O que conta mais, as pessoas ou os dinheiros ricos e pulões? Esse dinheiro do povo é para servir ao povo, garantindo-lhe segurança confiável e respeitosa. Seguindo esta indicação do bom-senso, se acabam as rebeliões e os policiais terão a paz e o sossego necessários para desempenhar com sentido público e com honradez a sua alta e arriscada missão. Texto publicado no Jornal do Brasil, de autoria de Leonardo Boff, Ecoteólogo e escritor.

Greve da PM-Bahia é notícia na imprensa internacional

A greve de policiais militares na Bahia tem sido acompanhada por diversos veículos de comunicação estrangeiros, quase sempre fazendo referência à proximidade do Carnaval e ao fato de que o Brasil abrigará a Copa do Mundo de 2014.
“A onda de violência ocorre em um momento em que Salvador se prepara para a celebração do Carnaval, que recebe dezenas de milhares de turistas todo ano”, afirmou o site da BBC News.
O “Wall Street Journal” apontou o “clima de medo” em Salvador. “A cidade está entre as mais violentas de um país com uma taxa de homicídios quatro vezes maior que a dos EUA. Salvador, popular por seu clima quente e gastronomia e música únicas, também deve receber jogos da Copa do Mundo de 2014″, afirmou o diário americano.
“Autoridades do Estado e muitos residentes locais culpam policiais em greve por espalhar uma onda de crimes e a sensação de impunidade”, afirmou o “Journal”. A reportagem entrevistou o dono de um restaurante do shopping Iguatemi de Salvador segundo o qual “a polícia incentivou a onda de crimes”.
A rede de TV Al Jazeera informou que as Forças Armadas “patrulham a cidade que se prepara para receber milhões de turistas para a sua festa anual de Carnaval”.
O jornal espanhol “El País” escreveu que “uma greve de bombeiros de policiais mantém submersa no caos a cidade de São Salvador da Bahia, destino de turismo internacional.

BA: Manifestantes entram em confronto com policiais na Assembleia na Bahia

Grupo apoia greve de parte da Polícia Militar no estado.
Homens do Exército e agentes do COT fazem policiamento

Um grupo manifestantes que apoia os policiais militares em greve que se concentram na Assembleia Legislativa da Bahia, em Salvador, entrou em confronto com homens do Exército e policiais que cercam o local na manhã desta segunda-feira (6).

Desde o início do dia, cerca de 600 homens do Exército, além de 40 agentes do Comando de Operações Táticas (COT) isolam a área na tentativa de garantir a livre circulação e o funcionamento do Centro Administrativo da Bahia (CAB). O isolamento da área também visa facilitar o cumprimento dos 11 mandados de prisão pela Polícia Federal.

A presença dos manifestantes no local gerou conflito com os homens que fazem o policiamento na região. Tiros de borracha chegaram a ser disparados contra o grupo, que avançou na direção dos soldados. Alguns policiais tiveram qur usar a força para deter pessoas que protestavam.

Os manifestantes passaram a se posicionar em frente ao jardim da Assembleia e a cantar em protesto contra o policiamento.

Parte dos policiais militares da Bahia está em greve desde a noite de terça-feira (31). Desde o início da paralisação, o número de homicídios em Salvador e região metropolitana aumentou 129% em comparação ao mesmo período da semana anterior. Das 21h de terça (31) até as 4h49 desta segunda, foram registrados pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) 89 homicídios.

No domingo foram registrados oito casos de assassinatos. Seis desses crimes foram cometidos em bairros de Salvador: três em Valéria, um em Marechal Rondon, um em Itinga e um em P** da Lima. Os outros dois ocorreram em cidades vizinhas à capital, Madre de Deus e Candeias.

So quero lembrar que quando os sem-terra invadiram os setores públicos...o governo ofereceu até  alimento 

Fonte: Policiais e Bombeiros do Brasil.com

domingo, 5 de fevereiro de 2012

BOMBA: LULA ACUSOU GOVERNO DO ESTADO DE "FORJAR" ARRASTÕES DURANTE GREVE DA PM NA BAHIA.

EM 2001 O ESTADO DA BAHIA ESTAVA MERGULHADO NO INFERNO COM A GREVE DA PM. ARRASTÕES, ROUBOS E CRIMES ERAM PRATICADOS EM TODOS OS LUGARES. LULA ACUSOU O GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA DE FORJAR OS CRIMES PARA CRIAR PÂNICO NA SOCIEDADE.

"O PRÓPRIO GOVERNO ARTICULOU OS ARRASTÕES PARA CRIAR PÂNICO NA SOCIEDADE."

SALÁRIO MIXO JUSTIFICA A GREVE DA PM
VEJAM MATÉRIA NA INTEGRA DA FOLHA DE SÃO PAULO DE 2001:

O presidenciável petista Luiz Inácio Lula da Silva acusou ontem, em Santa Maria (RS), o governo da Bahia de ter provocado a violência, saques e arrastões durante a greve da Polícia Militar para enfraquecer o movimento. E defendeu o direito de policiais fazerem paralisações.
"Acho que, no caso da Bahia, o próprio governo articulou os chamados arrastões para criar pânico na sociedade. O que o governo tentou vender? A impressão que passava era a de que, se não houvesse policial na rua, todo baiano era bandido. Não é verdade. Os arrastões na Bahia me lembraram os que ocorreram no Rio em 92, quando a Benedita [da Silva, petista e atual vice-governadora do Rio] foipara o segundo turno [nas eleições para a prefeitura]. Você percebeu que, na época, terminaram as eleições e, com isso, acabaram os arrastões?"

"A PM pode fazer greve. Minha tese é que todas as categorias de trabalhadores que são consideradas atividades essenciais só podem ser proibidas de fazer greve se tiverem também salário essencial. Se considero a atividade essencial, mas pago salário mixo, esse cidadão tem direito a fazer greve. Na Suécia, até o Exército pode fazer greve fora da época de guerra", disse.
As declarações foram feitas durante a Caravana da Agricultura Familiar, que Lula realiza no Sul. Durante todo o dia, Lula falou sobre a prioridade que dará, caso seja eleito presidente, para a agricultura familiar. Usou, como exemplo do quanto isso poderia ser positivo para o país, o casal de agricultores com quem tomou café da manhã, Moacir Aozani, 53, e Inês Aozani, 47.
Eles vivem com renda de R$ 260 vendendo seus produtos para uma feira no centro de Santa Maria, cidade administrada pelo PT. Trocaram o cultivo do fumo pelo de vegetais.

www.itapetingaagora.com

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